Klaus Pettinger
Se fizermos uma rápida pesquisa pela palavra suábia Prodl na internet, iremos encontrar uma imagem muito interessante e atraente, pelo menos para as mulheres: Sebastian Prödl, o famoso desportista, ex-zagueiro da seleção austríaca de futebol. Mas, em nosso caso, trata-se de outro gosto popular, bem crocante, apreciado tanto pelos austríacos quanto pelos Suábios do Danúbio no mundo inteiro: o Schweinsprodl, o conhecido leitão assado. A iguaria também é degustada há décadas em Entre Rios e ainda é considerada um dos principais pratos em grandes festas de casamento na colônia.
Para todo casamento assávamos seis leitões de uma só vez no forno a lenha do antigo Clube São Geraldo, conta a cozinheira e pioneira Marianne Moser, que na década de 1970 já atuava em diversas festividades, tanto fazendo doces quanto pratos salgados, sob a direção da cozinheira Barbara Schmaus.
Homens como Stefan Fassbinder, Johann Seitz, Johann Buhali, Franz Remlinger e Walter Wilk estavam sempre presentes e assavam os leitões no grande forno do Clube São Geraldo, relembra Marianne Moser. Naquela época, os preparativos do casamento já começavam na terça-feira com todos os doces. Desde as Allawitschkas, as Tortas de Cem Cruzeiros e as Tortas Dobosch até os schnitzels e o goulash da meia-noite, dos preparativos participavam numerosos membros da comunidade inclusive Marianne Moser. Éramos frequentemente entre 15 e 20 mulheres. Era costume que cada convidado contribuísse para o casamento com ovos, manteiga, açúcar e farinha.
Mas de volta ao Prodl: os leitões recém-abatidos eram temperados com sal e alho na sexta-feira. No sábado, depois do almoço, a carne era untada com banha e depois colocada no forno em uma panela com um pouco de água. Eles ficavam assando sobre brasas durante cinco a seis horas, o tempo necessário até se tornarem crocantes, explica a cozinheira Clotilde Moser, filha de Marianne.
Ingredientes
- 1 leitão inteiro 16 a 18 kg
- 300 g de sal
- 1 dente de alho a gosto
- banha ou óleo
- água
Modo de preparo
Hoje, o preparo é um pouco mais prático. Primeiro, esmague o alho e misture-o com o sal. Na noite anterior, esfregue bem o leitão inteiro com essa mistura e deixe-o marinar. Atualmente, a carne é colocada em um recipiente de plástico, coberta com uma toalha e mantida em um cômodo escuro. Só em dias muito quentes é que a colocamos na geladeira mas é preciso ter espaço para ela, explica Marianne. O importante é nunca cobrir a carne com um material plástico, porque ela emite vapor e isso pode prejudicar. Por isso é preciso usar um pano.
Antes de assar, unte ainda o leitão com banha ou óleo. Eu costumo usar banha, mas não a já pronta, a artificial do supermercado, mas a banha fresca, enfatiza Marianne. Em seguida, coloque-o em uma panela com um pouco de água, para, inicialmente, refogar um pouco o leitão e não criar aderência ao final. Caso contrário, a carne vai fritar logo no começo, vai agarrar na panela e dificilmente teremos um belo leitão inteiro no final, explica Clotilde.
Deixe assar por quatro horas e meia a cinco horas a 200°C em um forno a gás até que a crosta fique crocante. O mais triste é que não se pode provar para ver se realmente deu certo, porque o leitão tem que ficar inteiro, não deve faltar nenhum pedaço quando for servido, sorri Clotilde.
Acompanhamentos preferidos dos Suábios do Danúbio de Entre Rios, que combinam perfeitamente com o leitão assado: batatas assadas, chucrute ou salada de repolho e knödel de pão.